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    “Tive câncer de pulmão, mesmo sem apresentar sintomas, 5 anos após parar de fumar”

    31/07/2020 / por Fundação ProAr

    Neste 1º de agosto, Dia mundial de combate ao câncer de pulmão, James Alves de Santana contou sua história de superação com o tipo de câncer que mais mata no Brasil.

    James Alves de Santana tem 61 anos, nasceu em Itabuna, na Bahia, e atualmente mora em Cotia, São Paulo. Ele é casado com Cristina, tem três filhos, uma netinha e 30 anos de história com o cigarro. Com força de vontade e fé em seu santo de devoção, Santo Expedito, o empresário conseguiu eliminar o vício de sua vida, mesmo assim, cinco anos depois, foi diagnosticado com câncer de pulmão.

                                       James Alves Santana e seus três filhos. 

    As estatísticas são alarmantes, em média 80% dos pacientes com câncer de pulmão eram fumantes, além disso, esse tipo de tumor é o que mais mata no Brasil e no mundo. Para conscientizar às pessoas em relação ao tabagismo e seus riscos, Santana contou suas dificuldades e vitórias à Fundação ProAR. Leia o depoimento.

    "Minha história com o câncer de pulmão inicia-se assim: um dia minha esposa estava assistindo ao Jornal Hoje (rede Globo) e em uma das matérias eles apresentaram a pesquisa que a Hospital Israelita Albert Einstein estava realizando sobre a doença. Eles buscavam interessados e para participar era necessário preencher alguns requisitos, como ser ex fumante e ter fumado por muito tempo. Eu me encaixava nesse perfil e ela resolveu me inscrever. Na época eu não sentia nenhuma complicação, nenhum sintoma, jogava futebol, até cogitei deixar a vaga para uma pessoa que precisasse, porém, minha esposa insistiu e fomos em frente.

    Minha inscrição foi aceita, fiz todos os exames necessários e fomos surpreendidos pelo resultado, eu tinha um câncer de pulmão. Foi muito doloroso, lembrei do meu pai, que faleceu aos 67 anos, ele tinha enfisema pulmonar, e faleceu câncer de pulmão.

    Fiquei muito triste, preocupado, mas o Dr. Ricardo Sales dos Santos, coordenador da pesquisa, conversou comigo e disse que mesmo meu quadro sendo grave, felizmente foi detectado logo, já que são os diagnósticos tardios que podem levar a desfechos tristes. Isso me tranquilizou e começamos o tratamento. Meu tipo de tumor era maligno, então eu precisaria fazer uma cirurgia. Acredito que fui muito abençoado por cair nas mãos do Dr. Ricardo, um profissional e um ser humano maravilhoso. Um amigo também, posso dizer, pois fizemos uma amizade nesse caminho todo.

    Durante a cirurgia, teve que ser retirado 2 terços do meu pulmão esquerdo, pois já estava bem comprometido. Foram detectados três nódulos pequenos próximos à região do pulmão que estava acometida, mas não eram tumores malignos. Eu não precisei fazer quimioterapia, apenas tomar medicamento pós-cirúrgico e realizar fisioterapia.

    Sete anos depois do procedimento, eu ainda faço o acompanhamento anual para investigar qualquer alteração, já que ainda tenho os pequenos nódulos. Eu tinha um convênio, mas devido à crise financeira precisei cortar. Mesmo assim cuido da minha saúde fazendo todos os exames e recorrendo ao serviço particular sempre que posso. A nossa grande dificuldade sempre é a financeira.

    Este período entre descobrir que se tem câncer de pulmão e pensar o que vai acontecer depois da cirurgia foi muito angustiante. Pensava no meu pai e outros amigos que morreram por causa do cigarro. Isso é o mais importante de enfatizar. Quanto ao tratamento, exames, cirurgia, não tenho o que reclamar, fui muito bem assistido e ainda de maneira gratuita, por causa da pesquisa.

    Graças a Deus, hoje estou bem, feliz, não tenho mais o câncer! Minha esposa me deu muita força, minha família também. Me sinto muito bem, entretanto, com a pandemia da covid-19, tenho tomado muito cuidado. Tenho o pulmão direito e mais 1 terço do esquerdo, também sou grupo de risco, por isso tenho ficado mais em casa, de quarentena. Nesses quatro meses eu saí não mais que cinco vezes.

    Como a minha história é vitoriosa eu pude ver minha netinha nascer, ela é maravilhosa. Minha filha e meu genro estão morando em Portugal, mas eu falo todos os dias com eles. Tenho minha esposa maravilhosa que continua me dando todo o suporte. Foi ela que, desde o começo, me incentivou a participar daquela pesquisa, então, se hoje eu estou bem e feliz, é muito por causa dela. Olha, eu até fico emocionado, me enche os olhos de lágrimas ao falar disso. Porque ter uma esposa que não é só esposa, mas uma parceira, que integra a vida da gente, nos fortalece, nos faz feliz, temos os nossos momentos de discussões de casal que é normal (risos), mas a felicidade é sempre constante dentro da nossa vida.

    Entender que passei por uma doença tão grave como essa e consegui superar é muito gratificante. Eu me congratulo com todos que já se curaram do câncer de pulmão, pois sabemos como é difícil, sofrido. Então, para as pessoas que ainda tem câncer pulmão, acreditem, porque tem *cura (leia ao final do texto), é possível.

    Para as pessoas que fumam deixo uma mensagem: o câncer de pulmão é muito grave, perigoso, vi pessoas sofrendo muito pela doença, não tendo ar, sentindo dor, é muito triste. Por isso se afaste do cigarro e, se você trabalha com algum poluente agressivo químico, por favor, se cuide. Pare de fumar, tenha fé, acredite nos médicos, na ciência, faça parte de campanhas contra o câncer de pulmão.

    É muito importante que as pessoas acreditem que, ao parar de fumar, podem ter uma vida mais feliz e saudável. Vão sentir os cheiros da natureza e das pessoas que amam com mais intensidade. Só quando se pára de fumar que vem a descoberta do quão gostoso é não fumar.

    Eu gostaria de deixar aqui o meu mais profundo agradecimento a Deus, ao Dr. Ricardo, Sandra dos Santos, sua secretária, toda a equipe e a Fundação ProAR.
    E deixo um recado às pessoas que estão passando pelo o que eu passei: existe uma chance, acreditem! Vamos lá, batalhar, fazer os procedimentos necessários, acredite na sua fé e na medicina.

     

    *Quanto a questão da cura, achamos que é importante enfatizar que é possível, sobretudo em casos de diagnóstico precoce. Como em outras doenças, alguns tipos de câncer têm cura e outros não. A evolução vai depender principalmente do tipo de câncer e do estágio em que ele se encontra no momento do diagnóstico. Sendo assim, quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais chances do tratamento ser efetivo. A realidade no câncer de pulmão de termos uma minoria que se recupera é um sinal sólido da necessidade de prevenção. Caso tenha dúvidas sobre câncer, não deixe de conversar com seu médico. Informações sobre câncer: Instituto Oncoguia http://www.oncoguia.org.br/ 

    
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