Em mais uma live realizada pela Fundação ProAR em nossapágina no Facebook, o diretor executivo da fundação, Dr. Álvaro Cruz, e os médicos pneumologistas do HC-FMUSP e integrantes do conselho, Dra. Regina Carvalho Pinto e Dr. Rodrigo Abensur Athanazio, abordaram mais uma questão que ainda causa dúvida entre pacientes, familiares e até mesmo em profissionais. A diferença entre os quadros de asma grave e crise de asma.
Tocar em pontos como esse é essencial para o esclarecimento da doença e prevenção das mortes causadas por ela. Segundo o Dr. Athanazio, "com o arsenal terapêutico que temos hoje em dia, é inaceitável que alguém morra por uma crise de asma", porém, os dados mostram que cerca de 5 pessoas chegam a falecer por dia no Brasil.
Crise de asma
A asma é umadoença usualmente caracterizada por inflamação crônicaque acontece dentro do brônquio, o canal que permite que o ar entre e saia dos pulmões.Quando o paciente é exposto ao agente que causa irritação, tem sintomas como falta de ar, chiado no peito, tosse seca e aperto no peito.Porém, o asmático pode ter uma ótima qualidade de vida se fizer o tratamento com anti-inflamatório, o corticóide inalado, conforme recomendação do seu médico.
A crise de asma acontece, portanto, quando o paciente tem uma piora repentina dos sintomas, podendo levá-lo ao pronto socorro e até ser internado na UTI. Segundo os profissionais de saúde, as crises acontecem, geralmente, quando o tratamento não está sendo feito de maneira contínua e adequada.
"Não tratar porque está sem sintomas ou utilizar apenas o broncodilatador aumenta o risco de hospitalização e morte. Ele é uma medicação que alivia o sintoma, mas deve andar em conjunto com o corticóide inalado", afirma a Dra. Regina Carvalho Pinto.
Asma grave
O que caracteriza o diagnóstico de asma grave é a quantidade de medicação que tem que ser administrada diariamente, com doses muito mais altas que os demais pacientes para manter os sintomas controlados. Outro ponto importante é que pacientes com asma grave, geralmente, têm outros problemas de saúde associados, como obesidade, refluxo, ansiedade e depressão.
Como a falta de conhecimento sobre a doença atinge até mesmo profissionais de atenção primária, os representantes da Fundação ProAR afirmam que, em alguns casos, o paciente leva anos até descobrir seu quadro de asma grave e ser medicado corretamente. Essa situação de instabilidade e insegurança pode ocasionar a piora da asma, por isso, o acolhimento é fundamental na relação entre médico e paciente.
"Felizmente a asma grave é uma doença rara, acometendo 5% dos pacientes que têm asma. Ou seja, a maioria dos asmáticos que tem muitos sintomas não têm asma grave, mas não fazem o tratam adequadamente. Cerca de 80% dos asmáticos não fazem o controle", conta o Dr. Rodrigo Abensur Athanazio.