No último dia 31/05, foi comemorado o Dia Mundial do Combate ao Tabagismo e a Fundação ProAr realizou uma live em seu canal do Facebook, alertando para os riscos de câncer de pulmão e DPOC causados pelo cigarro.
A conversa se deu entre o Dr. Ricardo Salles dos Santos, coordenador do Serviço de Medicina Respiratória do Hospital Cárdio Pulmonar da Bahia, e o Dr. Frederico Arrabal, médico presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, que, além de todos os males causados pelos cigarro, destacaram a importância da prevenção primária e secundária para evitar doenças pulmonares graves.
Como prevenção primária entende-se não fumar e/ou interromper o hábito, já a prevenção secundária são os exames de rotina que devem ser realizados por pessoa com histórico de tabagismo, como a tomografia dos pulmões.
O cigarro é uma das maiores causas de mortes evitáveis no mundo, principalmente em países de baixo e médio desenvolvimento. Só no Brasil, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), ocorrem 428 mortes diárias por doenças relacionadas ao tabagismo e são gastos cerca de 59 bilhões de reais por anos com ela.
Um alerta para as novas gerações
A Organização Mundial da Saúde incentiva que os países foquem suas políticas públicas de prevenção ao tabagismo nos jovens, que nos últimos anos encontram a porta de entrada no cigarro eletrônico, tabaco aquecido e narguile.
Apesar de serem vendidos como "mais saudáveis", os cigarros eletrônicos continuam cheios de substâncias químicas e cancerígenas e, segundo o Dr. Frederico Arrabal, já aparecem relatos de quadros graves e mortes causadas por uma nova doença pulmonar provocada por esse dispositivo, a Evali (E vaping-associated lung injury- lesão pulmonar associada ao cigarro eletronico).
Câncer de pulmão e DPOC
Os doutores também destacaram o fato de que o câncer de pulmão e a DPOC são doenças relacionadas ao tabagismo, "no começo do século XX, o câncer de pulmão era uma doença rara, mas depois da década de 50 a incidência passou a aumentar", diz Arrabal. Ou seja, quando o cigarro ganhou uma adesão em massa, muito apoiado pela publicidade.
Já a DPOC, até cerca de 20 anos não tinha nem um tratamento específico. Hoje em dia, entretanto, existem vários tratamentos, mas infelizmente, 85% dos diagnosticados de DPOC são pessoas que fumaram durante a maior parte da vida.
Os riscos também se estendem para tabagistas passivos, principalmente em mulheres. "Uma pessoa que convive com um fumante tem de 25% a mais de ter câncer no pulmão e 30% a mais de ter um infarto, comparando com pessoas que não convivem com o tabagismo passivo", alerta o doutor.
Além de assistir ao vídeo da live, saiba mais sobre as causas, sintomas e tratamentos das doenças citadas aqui.