A doença pulmonar obstrutiva crônica é uma doença do sistema respiratório, que inclui o enfisema pulmonar e/ou bronquite crônica (em alguns casos, ambas frentes da doença podem se manifestar no mesmo paciente.). Entre os seus sintomas estão a tosse, falta de ar e a fraqueza muscular, com isso os portadores da doença, em muitos casos, acreditam que não são aptos para fazer exercícios.
Durante a prática de atividade física o corpo libera poderosas doses de endorfina, hormônio com função analgésica que para pacientes com DPOC é um forte aliado para seu controle e qualidade de vida. Para sair do sedentarismo e começar a mexer o corpo, exercícios de condicionamento, fortalecimento muscular, respiração, relaxamento e alongamento, como yoga, por exemplo, são recomendados. Contando sempre com o auxílio de um profissional.
Já a prática de meditação ajuda a aumentar a capacidade de respiração consciente, técnica que colabora na diminuição da ansiedade, do estresse e aumenta o poder de concentração. Em uma de suas lives sobre essa prática, monja Coen, monja zen budista brasileira, explica que a meditação não precisa ser feita apenas sentado e de olhos fechados, mas que é possível meditar de várias formas. Por exemplo, de pé, dando pequenos passos no espaço que tiver, respirando profundamente pelo nariz e soltando o ar pela boca, bem lentamente e com os lábios semicerrados.
As modalidades citadas ajudam a diminuir o hormônio do cortisol, conhecido como “hormônios do estresse”, normalmente liberado para deixar o copo em alerta, mas que em grandes quantidades leva a picos de ansiedade, causando alteração na respiração. Para os portadores de DPOC, que têm dificuldade na passagem de ar no pulmão, devido aos brônquios mais contraídos, isso é ainda pior. Uma respiração comprometida desencadeia problemas físicos e também emocionais, afinal, puxar o ar e sentir que ele não vem por completo é muito ruim, e para melhorar essa condição, mesmo os pacientes mais limitados, conseguem progresso com os exercícios físicos e obtém significativa melhora na respiração.
DPOC, Atividade Física e parceria com seu médico
Respirar bem e ter qualidade de vida são duas coisas que pacientes de DPOC merecem ter e, para conquistar esses objetivos, a atividade física precisa estar aliada ao tratamento medicamentoso. Pacientes e médicos devem criar uma relação de parceria e confiança, assim, o paciente se sente a vontade de dizer quais os tipos de atividade gostaria de praticar; e o médico fazer recomendações levando em conta a condição clínica.
Geralmente é aconselhado uma série de exercícios simples e com diversos graus de complexidade que vão auxiliar na reabilitação cardiorrespiratória e muscular. Veja alguns exemplos:
- caminhada (ao ar livre ou na esteira);
- andar de bicicleta;
- subir escadas;
- natação;
- atividades recreativas;
- yoga;
- meditação;
- alongamentos;
- musculação (membros inferiores e superiores).
DPOC: Práticas e técnicas de respiração
Uma prática de respiração que pode ajudar pessoas com DPOC a diminuir a sensação de cansaço é a respiração com lábios franzidos ou semi fechados, que consiste em puxar o ar pelo nariz e em seguida soltar o ar lentamente, com os lábios semi fechados, para que eles funcionem como uma forma de resistência à saída do ar e ajudem o ar a sair mais devagar. Essa respiração também pode ser associada ao relaxamento dos braços, ombros e pescoço, com a pessoa sentada ou deitada.
Vale ressaltar que os exercícios aeróbios (de condicionamento) ajudam a melhorar a falta de ar e são a principal ferramenta da fisioterapia para ajudar pacientes com DPOC a aumentar sua autonomia nas atividades do dia a dia. Exercícios de fortalecimento dos músculos da respiração também podem ser indicados, de acordo com a avaliação individualizada de cada paciente