A tuberculose parece uma doença controlada, porém ainda é uma realidade para muitas pessoas, principalmente as que estão em condição de vulnerabilidade. O Brasil, onde a desigualdade social é gritante, está entre os 10 países no mundo com mais portadores da doença, isso porque a infecção causada pela bactéria Mycobaterium tuberculosis, se manifesta em organismos debilitados com baixa resistência provocada por outras doenças crônicas, tabagismo acentuado, desnutrição, condições socioeconômicas e de higiene.
A contaminação se dá pela via inalatória, ou seja, é transmitida pelas gotículas da tosse de uma pessoa contaminada, assim como aCOVID-19, e seus principais sintomas são tosse seca persistente, perda de peso e febre vespertina (com calafrio e mal estar). "Estes sintomas são muito parecidos aos do coronavírus, com a diferença que os sintomas de tuberculose duram mais tempo e os portadores demoram muito a receber o diagnóstico. Já sabemos que é possível infecções concomitantes de tuberculose e COVID-19", alerta o Dr. Rafael Stelmach, presidente da Fundação ProAR.
Tuberculose pulmonar e extrapulmonar
Quando a bactéria causadora da infecção se instala no pulmão, eladestrói a estrutura alveolar, forma uma espécie de caverna nos tecidos pulmonares e os vasos sanguíneos podem se romper, configurando a tuberculose pulmonar, a forma mais conhecida da doença. Porém, ela também pode invadir órgãos adjacentes como a pleura (membrana que recobre o pulmão), ossos e ainda migrar pelo sangue para outros órgãos, como gânglios linfáticos e meningite cerebral, configurando as formas extrapulmonares.
O tratamento, entretanto, é o mesmo, feito com "uma associação de antibióticos, dois ou mais, por um tempo de tratamento longo, aproximadamente seis meses. Em alguns casos de tuberculose multirresistente ao tratamento pode durar até um ano", afirma o doutor.
Tipos de tuberculose extrapulmonar
- Tuberculose miliar: É quando a bactéria entra na corrente sanguínea e migra para todos os órgãos, podendo causar meningite.
- Tuberculose óssea: Quando a bactéria entra nos ossos. É uma forma mais rara e difícil de se diagnosticar.
- Tuberculose ganglionar:Quando a bactéria entra no sistema linfático e pode acometer os gânglios do tórax, virilha, abdômen e pescoço.
- Tuberculose pleoral:Quando a bactéria entra na membrana que recobre o pulmão.