Até o surgimento da Covid-19, a tuberculose era a doença infecciosa mais letal do Mundo. A ONU estima que 1,5 milhão de pessoas morreram da infecção bacteriana somente em 2018. Com amplas possibilidades de cura, a tuberculose foi o tema de mais uma live realizada pela Fundação ProAR em nossa página no Facebook.
Líder de Programas Educacionais da fundação, a Dra. Angela Honda mediou o debate sobre a doença com as médicas pneumologistas Dra Marcia Telma Guimarães Savioli e Dra Roberta Karla Barbosa de Sales. A conversa das especialistas buscou desmistificar aspectos da tuberculose, além de orientar a população sobre as formas de transmissão, sintomas, diagnóstico e tratamento.
Transmissão
Doença infecto-contagiosa transmitida pelo ar, a tuberculose geralmente é disseminada durante a tosse, espirro ou mesmo através da fala. Dra Marcia Telma Guimarães Savioli explicou como ocorre esse processo: "A pessoa infectada elimina, principalmente através da tosse, gotículas que formam aerossóis. A gotícula em si não tem o poder de infecção, mas quando ela forma aerossóis extremamente pequenos, o indivíduo que está ao lado pode se infectar".
Sintomas
Uma vez alojada no paciente, a doença se manifesta de diversas formas. Além da tosse insistente com mais três semanas de duração, Dra Roberta Karla Barbosa de Sales lembra que a tuberculose tem pelo menos outros três sintomas característicos:
- Tosse há mais de três semanas
- Febre no final da tarde
- Sudorese noturna
- Perda abrupta de peso
Diagnóstico
Além de ter cura, a tuberculose conta com diagnóstico preciso e todo o tratamento é oferecido gratuitamente pela rede pública de saúde. Mesmo assim, as médicas pneumologistas relataram vários entraves na compreensão da doença pela sociedade. "Tuberculose é endêmica no Brasil. Ela não acaba nunca porque, se eu não fizer esse diagnóstico inicial, a transmissão da doença não vai parar", pontuou Dra Marcia Telma Guimarães Savioli.
Doença social e preconceito
Segundo as especialistas, a desinformação sobre a doença é agravada por doses cavalares de preconceito. "É uma doença social. Com quinze dias do início do tratamento, ele já não transmite mais a doença. A pessoa não vai porque tem vergonha. Enquanto ele está escondendo, acaba passando para o filho, para o avô", acrescenta Dra Marcia Telma.
Dra Roberta Karla Barbosa de Sales lembra que as dificuldades continuam até mesmodurante o tratamento."Geralmente são receitados quatro medicamentos durante seis meses. Com dois meses, o paciente começa a melhorar e para de tomar. Esse é um erro recorrente".