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Tuberculose no Brasil e impacto da doença no pós-Covid 19

07/11/2020 / por Fundação ProAr

Especialistas traçam panorama da doença e alertam que muitos casos foram subnotificados porque pacientes tiveram receio de procurar um médico na pandemia

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    Mesmo com amplas possibilidades de cura e tratamento gratuito assegurado pelo SUS, o enfrentamento da tuberculose no Brasil ainda tem muitos desafios. Com objetivo de disseminar mais conhecimento sobre a doença, a Fundação ProAR promoveu um debate sobre o tema em mais uma live no seu canal no Facebook. 

    Participaram da videoconferência a Dra. Denise Rodrigues, médica infectologista e diretora clínica do Instituto Clemente Ferreira, e Dr. Sidney Bombarda, médico pneumologista da Divisão de Tuberculose da Secretaria da Saúde de São Paulo e da Disciplina de Pneumologia do HC-USP. A conversa foi mediada pelo presidente da Fundação ProAR, Dr. Rafael Stelmach.


    Disparidades no acesso ao tratamento


    Dr. Sidney Bombarda afirmou que a gratuidade do tratamento coloca o Brasil em vantagem em relação a outros países. Outro ponto relevante é que a sociedade civil aumentou seu grau de participação no esclarecimento da doença.


    Dra. Denise Rodrigues ponderou que, embora otratamentoseja abarcado pela rede pública de saúde, a qualidade do acesso ao serviço está longe de ser universal: "Tem disponibilidade de exame e de diagnóstico rápido? Sim. Mas e o acesso é igual para todas as regiões? A gente sabe que não é".


    Pandemia sufocou diagnóstico de tuberculose


    Embora sejam doenças de transmissão aérea, os debatedores esclareceram que as formas de contágio daCovid-19e da tuberculose são diferentes: "Mesmo que nas duas doenças seja necessário o contato próximo, na tuberculose você precisa estar mais vezes com uma pessoa para que a contaminação seja mais efetiva", relatou Dra. Denise Rodrigues. Dr. Bombarda acrescentou que, somente no estado de São Paulo, cerca de 1.500 casos já deixaram de ser notificados em 2020.   


    Um problema social


    Dr. Sidney Bombarda destacou a importantância dos agentes comunitários de saúde e dos incentivos sociais para os pacientes de baixa renda. Já a infectologista lembrou que boa parte das medicações foi desenvolvida há cerca de 70 anos e cobrou o desenvolvimento de produtos que reduzam os seis meses de tratamento exigidos atualmente. Dr. Sidney Bombarda lembrou que dois medicamentos (bedaquilina e rifapentina) estarão disponíveis em breve no Brasil e  poderão encurtar esses cuidados para a metade do tempo.

    
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