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Álcool e asma: uma mistura preocupante

18/12/2020 / por Fundação ProAr

O assunto ainda é controverso entre médicos , mas a maioria dos estudos aponta que o consumo excessivo de álcool pode piorar sintomas e provocar crises

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    A mistura de álcool e asma ainda é um tema polêmico na comunidade científica na saúde. E o motivo é que, embora ninguém duvide do prejuízo dessa droga ao nosso organismo, ainda não há um consenso sobre os efeitos do seu consumo entre pessoas com a doença respiratória.  

    De forma resumida, a literatura médica sugere que a ingestão de álcool pode desencadear  ataque de asma em grupos específicos de pacientes. Por outro lado, estudos comprovaram o papel benéfico dos flavonóides, substâncias presentes em algumas bebidas que possuem características antioxidantes e anti-inflamatórias. 

    O pneumologista Rafael Stelmach, presidente da Fundação ProAR, e Juliana Franceschini,  fisioterapeuta e líder de projetos da fundação, alertam que ainda falta robustez a essas pesquisas. “Temos que tomar muito cuidado ao interpretar resultados de estudos científicos. Os flavonoides podem ser encontrados no vinho, e isso pode dar a impressão que a bebida alcoólica tem benefícios, sendo que, nesse caso, é uma substância presente na fruta que dá origem à bebida”, explicaram. 

    Bom senso ainda é a melhor medida 

    Diante de um cenário confuso, é possível conciliar o consumo de bebidas alcoólicas, ainda que de forma social e moderada, com o diagnóstico de asma? Além de deixar claro que a ingestão contínua da droga é nociva para qualquer pessoa, os especialistas são cautelosos: “Pode haver o risco de mais exacerbações da asma em pessoas com dificuldade de processar o álcool ingerido. Deve-se aconselhar os pacientes com asma a evitar bebidas alcoólicas frequentes em doses elevadas”, ponderam. 

    Estudos são escassos e contraditórios 

    Uma pesquisa do Centro Médico da Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, concluiu que o impacto da droga nas funções das vias aéreas pulmonares depende da concentração, duração e via de exposição. O consumo de concentrações leves de álcool pode ter efeitos positivos, seja estimulando a broncodilatação ou atenuando a inflamação das vias aéreas e a lesão observada em asma e DPOC. Já a exposição prolongada e intensa pode piorar a função pulmonar, podendo ser fatal em pacientes com DPOC.

    Já um levantamento doHospital Bispebjerg, na Dinamarca, apontou que o consumo moderado de algumas bebidas alcoólicas é capaz de prevenir crises: “Esta conclusão não é plenamente aceita na comunidade médica, uma vez que foram avaliados voluntários daquele país. Seria necessário a reprodução deste tipo de estudo ajustado para a população em geral, que é diferente em cada local”, avaliaram Dr.Rafael Stelmach e Juliana Franceschini.

    
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