Devemos confiar nas vacinas contra a Covid-19 que estão sendo aplicadas no Brasil? Elas são realmente seguras? Os dados divulgados sobre os dois imunizantes aprovados para a proteção dos brasileiros são positivos? Para todas essas perguntas, a resposta é sim.
Em meio à turbulência de uma das mais graves crises sanitárias da história, que já tirou a vida de mais de 218 mil pessoas somente em território nacional, os imunizantes que aterrissaram no país carregam doses incontáveis de esperança. Afinal, a vacinação em massa, associada ao uso de máscaras, higiene das mãos e distanciamento social, ainda desponta como o único antídoto conhecido para estancar a escalada de novas infecções, internações e mortes.
Por que vacinar é importante?
Sobram razões para confiar nas duas vacinas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Pneumologista e líder de Programas Educacionais da Fundação ProAR, Dra. Angela Honda explica que a imunização contra Covid-19 “é o meio em que poderemos, em um médio prazo, conseguir retornar às nossas atividades de forma mais segura”.
Além de agigantar as chances de proteção contra o vírus, o ato de se vacinar também é um gesto de amor e cuidado ao próximo: “É a forma de protegermos quem não pode fazer a vacinação, como as crianças, adolescentes e algumas grávidas, pois eles não estão aprovados para uso nessa faixa etária”, endossa a especialista.
“Não tem melhor ou pior”
Seja em doses prontas ou em forma de insumos para a fabricação, as vacinas que estão sendo injetadas nos braços dos brasileiros registram muitas diferenças de tecnologia, critério e população testada. “Estudos clínicos para cada vacina são diferentes. Não tem melhor ou pior”, resume Dra. Angela Honda.
Os números totais dos estudos das vacinas da Oxford/Astrazeneca e da CoronaVac/Butantan, ambas fundamentais para imunizar o Brasil, são bem parecidos. “Os resultados mostram que há uma proteção geral de não contaminação em 50% por uma das vacinas (CoronaVac) e 64% pela outra (Oxford), o que é muito bom”, atesta a pneumologista.
As particularidades dos dois imunizantes impedem comparações entre eles. Isso porque os critérios de classificação dos casos leves, moderados e graves foram diferentes. Além disso, durante os testes clínicos, a CoronaVac foi aplicada em profissionais de saúde da linha de frente, enquanto a da Oxford foi injetada na população em geral. Por fim, a tecnologia da produção da CoronaVac é de vírus inativado, enquanto a concorrente da Oxford usa o adenovírus modificado.
O que dizem as entidades
Associação Médica Brasileira (AMB):
“Reconhecidamente as vacinas representam um dos maiores feitos da humanidade. Quem recebe uma vacina se protege e protege também as pessoas de seu convívio social, incluindo familiares, amigos e colegas de trabalho”.
Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI):
“Para obter imunidade de rebanho, que só é possível com vacinação, é importante que vacinemos o maior número possível de pessoas, o mais rapidamente”.